Notícia

FGV recebe especialistas para debater os pilares da Estratégia País que orienta as ações do BID no Brasil no período de 2024 a 2027

Em sua participação, João Luiz Becker destacou a segurança pública e a integração regional como eixos estratégicos para a inclusão social.

No dia 3 de abril de 2025, a sede da Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo, foi palco do evento De Potencial a Impacto: Implementação da Estratégia País do BID para o Brasil. A iniciativa reuniu especialistas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), acadêmicos e gestores públicos para debater os três pilares estratégicos da atuação do banco no país: transição verde, fortalecimento institucional e agenda social inclusiva.

Durante o painel dedicado ao Pilar III – Avançar uma nova agenda social para um país próspero e inclusivo, o professor João Luiz Becker, coordenador do FGV Analytics, destacou o papel central da segurança pública no enfrentamento das desigualdades sociais e no avanço do desenvolvimento sustentável.

Becker chamou a atenção para a gravidade dos desafios ligados ao tráfico de drogas, armas e pessoas, cujas redes operam de forma transnacional. Segundo ele, o BID pode ter um papel mais ativo ao fomentar cooperação institucional e apoiar ações integradas entre os níveis de governo, fortalecendo a capacidade do Estado brasileiro de enfrentar o crime organizado com efetividade.

O professor também defendeu a criação de um Sistema Único de Segurança Pública, nos moldes do SUS, como caminho para superar a fragmentação atual entre sistemas estaduais e municipais. Para isso, destacou, é essencial que o BID contribua com financiamento direcionado, incentivo à inovação institucional e apoio técnico especializado.

Outro ponto importante da sua fala foi a ênfase na integração entre academia e governo. Com base na experiência do FGV Analytics, Becker alertou para a resistência das instituições de segurança em compartilhar dados e colaborar com centros de pesquisa, o que limita o uso de evidências na formulação de políticas públicas. Nesse sentido, defendeu que o BID intensifique o apoio a parcerias estratégicas com universidades e centros de pesquisa.

Encerrando sua participação, Becker levantou uma questão crucial: como a Estratégia País do BID para o Brasil se articula com os planos de ação de países vizinhos da Amazônia, considerando que os desafios ambientais e de segurança ultrapassam fronteiras. “Se queremos promover resiliência climática e combater o crime organizado, precisamos de estratégias articuladas regionalmente”, afirmou.